×

Baka o Mestre de Obras's video: EL DORADO - m sica de abertura legendada portugu s BR - John Wayne - Robert Mitchum

@EL DORADO - música de abertura legendada português BR - John Wayne - Robert Mitchum
EL DORADO - John Wayne abertura legendada português BR El Dorado é um dos últimos filmes de um dos maiores gênios do Cinema norte-americano, Howard Hawks, feito depois de ele finalmente ter assimilado a queda da pragmática, retrógrada e apolítica ideologia que procurava utilizar para a regência da grande maioria de seus filmes -- principalmente daqueles em que seu código de honra e ética pessoal, transportado quase sempre para o velho oeste, era posto em prova ou simplesmente evocado de certa forma. E é justamente por isso que o filme parece sempre permeado por uma atmosfera de auto-sátira, auto-homenagem, auto-releitura. Não apenas ao seu próprio universo, mas ao cinema clássico de uma forma geral. Alguns especialistas consideram Hatari! o divisor de águas entre o Hawks clássico e o Hawks moderno. Não discordo. A aventura africana protagonizada pelo seu talismã John Wayne talvez seja o filme em que o diretor mais se desloca, ou realmente de desprende, por definitivo, da sociedade em que vivia. É um filme de universo próprio, fechado em sua teoria de conduta particular, construído exclusivamente para que Hawks desfilasse boa parte de suas principais temáticas e interligando-as em um mesmo ponto de convergência. El Dorado pertence a esta segunda fase, fato que é perfeitamente perceptível mesmo sem a referência temporal. A primeira hora do filme, talvez o prólogo mais extenso de que eu tenho conhecimento, nada mais é do que uma pequena homenagem de Hawks a um gênero que, como ele mesmo já previa anteriormente, junto de Peckinpah (vide Pistoleiros do Entardecer) ou Anthony Mann (O Homem do Oeste, um dos meus westerns preferidos) e alguns outros realizadores, estava terminando de cavar sua própria cova -- que levaria junto consigo outras grandes figuras da primeira metade do século XX, como o cinema insinuante de Billy Wilder e os musicais embebidos de alegria da velha Hollywood. A pequena viagem inicial do personagem de John Wayne, um pistoleiro de encomenda, evoca, separadamente, filmes como Por um Punhado de Dólares, de Sergio Leone -- o homem que surge em meio a uma guerra entre duas famílias, mas que, diferentemente do filme do italiano, não se apega a ela antes de encontrar uma necessidade particular -; Parceiros de Morte, de Sam Peckinpah, em especial pelo senso de justiça e de ética que fazem com que o remorso sobreviva como conseqüência da tragédia mesmo em meio a um mundo regido invariavelmente pela frieza individualista -- personificada na figura do pai e sua reação à morte do filho; e O Homem Que Matou o Facínora, de John Ford, que tem por base o estudo do mito, explorado na magnífica seqüência do bar; entre outros. Hawks joga aqui com o clássico de maneira bastante inusitada, de certa forma até mesmo transgressora, estruturando a primeira parte do filme em elipses carregadas de inexatidão e sem previsão de rumo, em um processo de quase improviso. E pelo menos dois elementos, desta feita não narrativos, mas visuais, demonstram a ascenção da modernidade que em breve seria ainda mais explorada em um de seus mais maltratados e surtados filmes, Rio Lobo: um zoom no rosto do personagem de Wayne, em momento determinante, e um corte descontínuo entre um e outro plano de uma mesma ação, escancarando na tela o processo de montagem do filme -- coisa que na época já havia se tornado comum, depois de ser explorado à exaustão pelo grande fundamentador deste recurso, Jean-Luc Godard, mas que eram incomuns para o cinema classicista do diretor. Mas é na segunda metade de El Dorado que Hawks finalmente apresenta suas garras para determinar a propulsão de um filme já espetacular ao mais sincero patamar de obra-prima. É o inicio da 'trama' principal, quando John Wayne retorna a El Dorado, à briga entre famílias, para auxiliar seu amigo, interpretado com a habitual intensidade de um dos grandes atores que o Cinema já viu, Robert Mitchum, atualmente xerife desiludido por uma mulher e cada vez mais afogado no alcoolismo -- uma das primeiras brincadeiras de Hawks com seu próprio Rio Bravo, construído acerca de um extremo oposto, onde o xerife era auxiliado por um alcoólatra na mesma condição. É a decadência do Velho Oeste sob forma de uma cidade sem lei, mas o mais interessante é que o principal foco continua sendo Wayne e a desconstrução do mito. Porque John Wayne, no caso, é o próprio Velho Oeste, e sua condição é determinante para o tom de mortalidade que impregna em cada frame de El Dorado

367

13
Baka o Mestre de Obras
Subscribers
4.8K
Total Post
206
Total Views
256.9K
Avg. Views
5.1K
View Profile
This video was published on 2013-03-03 06:08:01 GMT by @Baka-o-Mestre-de-Obras on Youtube. Baka o Mestre de Obras has total 4.8K subscribers on Youtube and has a total of 206 video.This video has received 367 Likes which are higher than the average likes that Baka o Mestre de Obras gets . @Baka-o-Mestre-de-Obras receives an average views of 5.1K per video on Youtube.This video has received 13 comments which are higher than the average comments that Baka o Mestre de Obras gets . Overall the views for this video was lower than the average for the profile.

Other post by @Baka o Mestre de Obras