Os Albertos apresentam's video: Samira del Fuego: de cantor da Jovem Guarda a domadora de cobras

Trecho do documentário europeu "Boys from Brazil", 1993. https://osalbertosapresentam.blogspot.com/2018/12/samira-del-fuego-de-cantor-da-jovem.html SAMIRA DEL FUEGO: DE CANTOR DA JOVEM GUARDA A DOMADORA DE COBRAS Bobby Fontana foi um cantor e compositor pouco conhecido da Jovem Guarda que chegou a cantar em programas de televisão, mas nunca gravou um disco. Apesar disso, teve composições gravadas por Orlando Alvarado ("Amor y tristeza") e Alceli Camargo ("A volta do broto"). No início da década de 1970, Bobby Fontana (na verdade, o paraense Evandro Alves da Luz, nascido em Belém no dia 23 de março de 1944) sonhou que estava entre cobras e era chamado pelo nome Samira. A partir desse sonho, o cantor decidiu dar vazão à mulher que sempre se sentira interiormente: morreu Bobby Fontana e nasceu Samira del Fuego, cujo nome fazia referência à bailarina exótica Luz del Fuego - como ela, especializou-se em números de dança com serpentes. Apresentando-se como Samira, a Rainha do Egito, a travesti fez fama com suas cobras em boates e cinemas em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os anos 1970 e 1990. Em março de 1990, duas jiboias de Samira del Fuego foram apreendidas em seu apartamento em Copacabana depois de denúncias de vizinhos, que afirmavam que as cobras "piavam" à noite e as crianças não conseguiam dormir com medo delas. "A venenosa aqui sou eu.", tentou justificar a artista, mas não adiantou e ela foi proibida de trabalhar com serpentes. Fora dos palcos, os ofídios também estavam presentes na vida de Samira del Fuego: ela costumava usar suas cobras nos ritos de Umbanda que frequentava; ali, incorporava uma pomba-gira e dava passes colocando uma serpente no pescoço de quem lhe procurava. Samira del Fuego foi eternizada em um documentário europeu dirigido por John-Paul Davidson e produzido por Trudie Styler, "Boys from Brazil", lançado em 1993. No final dos anos 1990, Samira del Fuego foi assassinada no apartamento em que morava em Copacabana, em cima da Galeria Alaska. O principal suspeito era um garoto de programa conhecido como Apolo, o Deus Negro. Manchetes como "Correu sangue na Galeria Alaska: Passaram a faca no gay" foram publicadas nos jornais na época. Agradecemos a Ruddy Pinho, que também participou de "Boys from Brazil" e foi amiga de Samira del Fuego, pela indicação do documentário.