Versada by Vane Costa's video: Chaco: o bioma exclu do pelo Brasil 61

Vane Costa é Engenheira Florestal e Engenheira de Segurança do Trabalho. ------------------------------------------------------------------------------------------ Esse canal faz parte do Science Vlogs Brasil Canais que fazem parte do Science Vlogs https://www.youtube.com/channel/UCqiD87j08pe5NYPZ-ncZw2w ------------------------------------------------------------------------------------------- Chaco ou Gran Chaco, como preferir é a maior floresta tropical seca da América do Sul, e ela corre sério risco de extinção antes mesmo que as pessoas se deem conta da sua existência, porque o Brasil não reconhece ele como bioma. O Chaco se estende por 800 mil km² (é muita coisa!) abrangendo partes da Argentina, Bolívia, Paraguai e uma pequena porção no Brasil. E como o  Chaco esta distribuído dentre desses países? da Argentina (40%), Bolívia (35%), Paraguai (20%) e Brasil (5%). Ele abriga uma grande diversidade de povos indígenas como Ayoreo, Chamacoco e Wichie – entre muitos outros. Também é o lar de espécies endêmicas e raras de flora e fauna. Mesmo assim, apenas 9% do bioma está protegido. Ele é divido de duas maneiras: Chaco Úmido e o Chaco Seco. No Chaco Úmido o período seco é menos rigoroso que no Pantanal, enquanto que no Chaco Seco o período sem chuvas e o déficit hídrico alcançam valores muito superiores aos do Pantanal No Brasil o Chaco está localizado nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul (curiosamente quem tambem só nesses estados é o bioma pantanal) principalmente dentro de fazendas na região de Porto Murtinho (MS), na fronteira com o Pantanal e com o Paraguai. Por não ser reconhecido oficialmente como bioma pelo Governo brasileiro o Chaco é esquecido pelas políticas públicas. Em 1998 a área estimada do Chaco brasileiro era de 12,400 km². Atualmente, restam apenas 13% de sua floresta original.  À primeira vista o Chaco pode parecer feio (questão de opinião, eu não consigo achar um bioma feio, ainda quando se conhece a importância ecológica). Afinal, trata-se de uma floresta seca, onde cresce uma vegetação espinhosa, agreste, que praticamente não desperta interesse econômico. No Mato Grosso do Sul, chamam o Chaco de espinheiro. Acham feio. Por isto cortam tudo.  Eles não acham a vegetação do chaco e bonitas como as da Amazônia e da Mata Atlântica, e não tem importância econômica ou turística significativas (como é o caso do vizinho Pantanal). Espinheiro é a denominação popular de uma das duas espécies de plantas representativas do Chaco brasileiro. Ambas pertencem ao gênero Prosopis. Conhecida pelos nomes de barreiro-prelo ou espinheiro, Prosopis rubriflora é um grande arbusto que atinge entre 4 a 6 metros de altura, e produz  flores vermelhas o ano todo. Tem pesquisa científica  que mostra que em populações de plantas do gênero Prosopis L., como já comentamos uma espécie-chave da flora do Chaco, estão em fragmentos (fragmentos é quando você tem uma área que foi desmatada por exemplo para produção e reduz o espaço original em bolinhas e essas bolinhas não se comunicam uma com as outras) e essa fragmentação reduz o número de indivíduos e sua diversidade genética causando endogamia – algo como consanguinidade – a longo prazo. Um outro artigo científico sugere que mais da metade de todas as aves e 30% de todos os mamíferos da fauna do Chaco podem ser extintos daqui a 10 á 25 anos. O estudo mostra que as espécies não se extinguem de forma imediata com a mudança no uso do solo (Vou abrir um parêntesis aqui para dizer que A principal atividade econômica na região chaquenha é a pecuária de corte.), o que significa que esses impactos podem ser revertidos caso as medidas de conservação e restauração sejam implementadas de forma imediata. As pesquisas indicam que seriam necessários no mínimo 300 anos para recuperar o que foi perdido. Então agente volta para um ponto essencial. Seria muito interessante que a gente considerasse o chaco um bioma e que tivéssemos políticas públicas voltadas para a proteção desse bioma. Se não vai a gente vai perder um bioma que ainda não conhece.