andarilho59's video: Jeremoabo Bahia - Estrada das boiadas trajeto novo - Em busca dos caminhos do Brasil

Os sertões do Jeremoabo foram invadidos pelos criadores de gado e caçadores de índios ao mesmo tempo. Entre 1660 e 1670,num esforço para recompor a frota portuguesa, quase toda destroçada durante os 60 anos do domínio espanhol, inclusive com a perda nas batalhas da "Armada Invencível" contra a Inglaterra. Em 1662 já haviam incursões no local. Em 1663, Simão Fernandes Madeira foi nomeado Capitão dos mocambos da Itabaiana, o que incluía todo o sertão até o rio São Francisco. Em agosto de 1664 houve outra grande incursão deste e, em maio de 1668 foi a vez de Fernão Carrilho. A escravidão indígena típica havia declinado pelo fato de ser oficialmente proibida, e principalmente pela dificuldade de controlar os índios. Somente os jesuítas em suas missões, em verdade grandes currais de índios escravizados conseguiam manter algum controle sobre eles, como em Tomar do Geru, Pacatuba e Tejupeba, hoje município de Itaporanga d'Ajuda, em Sergipe. Tão logo a "limpeza de índios" foi terminada, as boiadas tomaram o espaço, e já ao fim do século XVII o lugar ganhou a freguesia de São João do Jeremoabo, cuja capela foi mudada de local, todavia permanecendo à beira da estrada real das boiadas oriundas de Santo Antonio do Pambu e Cabrobó, ambas nas margens do São Francisco. Em 1757 a povoação era diminuta e pobre, segundo o padre encomendado, Januário José de Souza, e sofria com o imenso isolamento, especialmente em relação à sede do município que ainda estava em Tucano, do qual fazia parte. O local da cidade é um ponto estratégico já que se cruzam ali duas rodovias federais: uma bem cuidada, a BR-110 que liga Paulo Afonso a Alagoinhas; e a outra quase abandonada, a BR-235, que sai de Aracaju, passa por Itabaiana, em Sergipe, interna-se pelos sertões passando em Juazeiro da Bahia, Petrolina (PE), volta à Bahia em cidades como Remanso, e tem curso em execução precária ou em projeto até a Santarém-Cuiabá, na Serra do Cachimbo, sul do estado do Pará. O isolamento da cidade, que parece proposital, em relação a Sergipe e sua capital, Aracaju - está menos da metade do caminho pra Salvador - em que pese reduzir um pouco a influência deste estado ali, o faz de maneira insatisfatória e prejudica imensamente a região.